quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Música da Semana- O Quereres

Essa semana vai acabando e junto com ela a novela A FORÇA DO QUERER  que eu modestamente acompanhei sim! Afinal como toda obra da Glória Peres tem boas reflexões entre elas vícios, deslumbres, paixões e muita bobagens, com direito a Bibi Perigosa, sereia e tudo mais.
Só faltou o unicórnio, pensando bem ..... não faltou não kkk
Mas vamos com a música que foi a abertura da novela  de autoria e composição de Caetano Veloso.


O Quereres


Onde queres revólver, sou coqueiro

Onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alta, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco

E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! bruta flor do querer

Ah! bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito

E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor

Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! bruta flor do querer

Ah! bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo

E onde queres romance, rock'n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
Onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim

Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim

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